
Ando mesmo sem sorte, trombando de frente com placas vazias de necessidade. Dó desse sapato pras melhores cerimônias, ralado nas calçadas mais distantes. Onde velas derretem sobre pedidos mínimos, o dragão espetado ri da minha cara. Bombeiros gritando não me deixam dormir. Talvez eu não saiba. Talvez não reze. Talvez não preste pra nada disso que vira salário, mas... e esses talheres sambando na marmita? E aquelas crianças querendo em doce o que me sai amargo? Vendendo o café da manhã pelo almoço que não tenho de comer. Um passe puído de esperanças. Tickets de vontades vencidas. Uma família arrimada em tudo, todos & ninguém. Abrindo classificados em desespero, como quem estupra a própria mulher indesejável.
(F.B.)