10.15.2007

... assim




"Vou deixar-te levar-me até à fecundidade da destruição.

Por isso me atribuo um corpo, um rosto e uma voz.

Eu sou-te como tu me és.

Cala o fluxo sensacional do teu corpo e encontrarás em mim, intactos,

os teus medos e as tuas penas.

Descobrirás o amor separado das paixões e eu descobrirei as paixões privadas de amor.

Sai do papel que te atribuis e descansa no centro dos teus verdadeiros desejos.

Por um momento deixa as tuas explosões de violência.

Renuncia à tensão furiosa e indomável.

Eu passarei a assumi-las."


(in A Casa Do Incesto - Anaïs Nin )




10.11.2007

Eu disse ao vento que a tristeza daria um tempo...



Saudade, vai dizer ao vento

Que a dor da desilusão passou

E saiba que não há tormento tão intenso

Como aquele que você me provocou

Saudade, tudo tem seu tempo

E o seu já terminou

Espero que depois de tudo que eu passei

Você me faça esse favor


Andei revendo tanta coisa em minha vida

E hoje posso controlar a emoção

Fui apagando cada sombra de amargura

Que havia dentro do meu coração

Agora, vou seguir outro caminho

Quem sabe esquecer o que passou


Saudade, diga ao vento que a tristeza dê um tempo



(trecho de "Vai Dizer ao Vento", música inédita de Paulinho da Viola )

10.07.2007

Desdém




"Aliás, me matar vou eu mesmo, que pra Deus nenhum dou esse direito sagrado."

(F.B.)



10.04.2007

Amor, perdura.



"Se amo e admiro o outro por ele ser diferente de mim (e não apesar de ele ser diferente de mim), não posso considerar que minha maneira de ser seja a única certa. (...) a aventura de sempre descobrir o outro, cuja diferença inesperada nos dá, de brinde, a certeza de que nossa obstinada maneira de ser, nossos jeitos e nossa neurose não precisam ser uma norma universal, nem mesmo a norma do casal. Há quem diga que o parceiro ideal é aquele que nos faz rir. Calvin Trillin completou a fórmula: sua esposa era quem conseguia fazê-lo rir dele mesmo."


(C. Calligaris-FSP)

10.03.2007

Aliás, eu......



Ele/eu não morávamos perto. Ele/eu não estudávamos juntos. Ele/eu não pegávamos o mesmo ônibus. Ele/ eu não possuíamos amigos em comum. Ele/eu acreditávamos em deuses contrários. Ele/eu tínhamos apetites distintos. Ele/eu nos conformamos em diplomas diferentes. Ele/eu seguimos carreiras opostas. Nossos times não empatavam. Nossos horários não batiam. Ele/eu nem sequer combinamos. Na verdade, ele/eu não podemos imaginar outros tão distantes. Ele/eu não nos damos. Ele/eu nos excluímos. Ele/eu não temos a menor alternativa. Ele/eu nem em sonho. Dois mundos mesmo... de forma que eu nem faço idéia de como tudo isso foi acontecer conosco.