5.25.2008

Sem



Ando mesmo sem sorte, trombando de frente com placas vazias de necessidade. Dó desse sapato pras melhores cerimônias, ralado nas calçadas mais distantes. Onde velas derretem sobre pedidos mínimos, o dragão espetado ri da minha cara. Bombeiros gritando não me deixam dormir. Talvez eu não saiba. Talvez não reze. Talvez não preste pra nada disso que vira salário, mas... e esses talheres sambando na marmita? E aquelas crianças querendo em doce o que me sai amargo? Vendendo o café da manhã pelo almoço que não tenho de comer. Um passe puído de esperanças. Tickets de vontades vencidas. Uma família arrimada em tudo, todos & ninguém. Abrindo classificados em desespero, como quem estupra a própria mulher indesejável.


(F.B.)